"Há dois anos pesquisando sobre a campanha de alfabetização de adultos no Timor-Leste, que começou na década de 1970, o doutor em Ciência Política Estêvão Cabral, nascido naquele país, esteve em Fortaleza para ministrar palestra sobre leitura e escrita. O evento foi realizado, na semana passada, na Universidade Federal do Ceará (UFC).
"Depois da campanha de alfabetização, o povo ficou mais politizado e disposto a enfrentar as lutas, mesmo perdendo seus bens e seus familiares", afirma, dizendo que os ensinamentos dos professores tinham como base os métodos do educador e filósofo brasileiro Paulo Freire. "Se não fosse a educação, seria difícil convencer o povo a apoiar uma luta de resistência", diz.
Apesar de morar na Inglaterra e de realizar seus estudos na Holanda, Estêvão Cabral mantém ligação com seus país de origem. Reconhece que o Timor-Leste continua com dificuldades, sobretudo administrativas, o que contribui para o alto índice de desemprego. Segundo ele, 60% da população jovem não trabalha. Mas acredita que a educação do país vem evoluindo.
Quanto às impressões que tem a respeito do Brasil, o pesquisador diz que vê o nosso país como uma nação economicamente forte e que caminha para diminuir a "grande divisão entre ricos e pobres" por meio da educação. As mudanças positivas, para ele, podem ser facilmente percebidas em relação ao ano de 1993, quando esteve pela primeira vez no Brasil."
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